
Eita! Que Assunto difícil. Adoção cancelada. Interrupção do sustento do missionário. A oferta não será mais enviada. Tenso, viu?!
São várias as situações que estão envolvidas por trás desse assunto difícil. Se fôssemos falar sobre isso aqui, esse texto não teria fim. Mas, vamos nos concentrar apenas em uma situação, digamos assim, legítima. Por exemplo: a igreja ou a pessoa física mantenedora, não consegue mais contribuir, por causa da Pandemia da COVID-19. A renda caiu bruscamente e vários cortes estão sendo feitos, não somente esse. Não é aquele típico caso de corte para reformar o telhado, ou “o primeiro da lista”, quando se pensa simplesmente em economizar recursos locais.
Antes de qualquer coisa, é preciso ter certeza se realmente não há alternativas ao corte. Isso realmente é necessário? Lembre-se isso todo corte tem consequências, ou seja, ele pode ter de quebrar um contrato de aluguel será que isso não vai afetar a imagem do Evangelho naquela comunidade? Será que isso não vai mexer na escola dos filhos, na viabilidade do ministério em desenvolvimento? Essa é uma decisão séria, então, seja muito consciente de todas as implicações.
Todos os lados estão sofrendo. Estão preocupados com o obreiro e levando em consideração sua família, seu arroz e feijão em sua mesa. Preocupam-se ainda com quem pagará pela escola de seus filhos, com o cartão de crédito a ser pago no fim do mês. Nesse caso, estamos falando de gente íntegra, sincera e responsável com os missionários e com a obra missionária diante do Senhor.
Dessa forma, mencionamos a seguir, algumas dicas práticas sobre como cortar o sustento do missionário, sem piorar uma situação, que, em si mesma, já é ruim:
1) Coloque-se no lugar do missionário. Reflita: como você gostaria de receber a notícia do seu chefe de que seu salário será diminuído em 20% ou 30% agora no pós-pandemia? Com antecedência? Ou apenas na hora em que você recebesse o extrato do pagamento? Diante disso, recomendamos: planeje o corte com um prazo previamente anunciado. Por exemplo, comunicando: em 6 meses, precisaremos interromper nossa contribuição com o seu ministério.
2) Comece perguntando como ele está. Em seguida, relate o cenário do que está acontecendo localmente, para que, assim, ele entenda claramente o contexto da conversa.
3) Todos nós sabemos que temos limitações. Seja na relação igreja – missionário, seja na relação parceiro mantenedor – missionária, em algum momento, uma das partes pode deixar a desejar. Por exemplo: nem toda carta do missionário é respondida por aqueles que são parceiros de seu ministério. Nem todo relatório do missionario é belíssimo em termos de layout e nem extremamente expressivo em termos de resultados numéricos. Por favor, no momento de uma conversa delicada tal como essa, não traga isso à mesa. Recomenda-se que essa deve ser simples e ficar limitada ao explicar a situação, de forma aberta, clara, direta e bem objetiva. “Amado irmão Fulano, há um problema no caixa de nossa igreja atualmente e, por essa razão, foi preciso tomar várias decisões difíceis e extremamente dolorosas” Não gere mais feridas! Afinal, basta os hematomas de toda a situação em si!
4) Ao final da conversa, você deixará uma família, ou uma pessoa solteira, com um baita problema para administrar. Assim como você, que tem os desafios do pós-pandemia, eles também têm e, muitas vezes, precisam fazer isso tudo em uma nação diferente do Brasil. Ele pode estar pagando um tênis à prestação, como também, pode estar fazendo um tratamento médico com medicações caras, ou ainda, pode ser que o proprietário da casa que ele aluga não seja crente e talvez tenha de reinscidir o contrato, em virtude de implicações culturais, enfim. Diante disso, no mínimo, seja empático e respeitoso com esse momento. Ao final de sua conversa, ore com ele e por ele.
5) Agradeça a Deus pela oportunidade de ter conseguido firmar uma parceria ministerial com ele. Você recebeu cartas, ele orou por você, pela sua Igreja, pelas famílias envolvidas nessa parceria, ele se esforçou para fazer o melhor possível para conciliar as demandas de trabalho local em campo com a prestação de contas. Talvez, deixou a família de lado por várias vezes, para ficar editando vídeos… Reconheça! Gratidão é uma semente que gera sempre bons frutos.
Infelizmente, também há algumas situações de cortes de sustento que revelam uma irresponsabilidade absurda e uma insensibilidade chocante, sem aviso, sem consultar o missionário, e às vezes, tirando várias conclusões precipitadas. Mas, sobre essas questões, é melhor a gente escrever em nosso quarto fechado, diante do Pai. Que Ele derrame Sua misericórdia sobre esses fatos e gere arrependimento.
Que Deus nos dê sabedoria!