Igrejas Missionárias Mudarão o Mundo

Nas comunidades cristãs em geral, é normal que as pessoas se sintam desconfortáveis quando se deparam com os “incômodos índices missionários” divulgados nas conferências. Na verdade, são milhões que ainda desconhecem Jesus como Senhor e Salvador do mundo. Aliás, vale a pena sempre lembrar que temos, de fato, cerca de 02 bilhões de pessoas, para sermos mais realistas e precisos. Também temos cerca de 02 mil idiomas sem a tradução das escrituras, entre as línguas orais, de sinais (para surdos), ágrafas (sem escrita), etc.

Um número considerável de nações têm um número de cristãos menor que os da comunidade onde você se reúne livremente aos Domingos. Em algumas realidades, os próprios pais matam seus filhos brutalmente se souberem que eles se tornaram cristãos.

O desafio dos povos não-alcançados ou pouco evangelizados ainda permanece aí, diante de nós. Algumas organizações se empenham em alcançá-los, outras em estudá-los, outras em enviar os poucos dispostos, outras a orar, contribuir, criticar métodos atuais, propor novos métodos, etc. Todavia, uma parte majoritária da Igreja, lamentavelmente, não se sente tão incomodada com a realidade missionária a ponto de romper o estado de perplexidade rumo ao posicionamento prático que a encarnação nos sugere.

Muitos analistas afirmam que a igreja evangélica cresce em uma projeção tal, em termos numéricos, que temos a possibilidade de nos tornarmos a metade da população brasileira em 2050. Não temos um número exatamente preciso sobre quantos missionários a igreja enviou para o campo missionário nos últimos 10 ou 20 anos. Sabemos que há aproximadamente 30 milhões de cristãos no Brasil. Mas, a proporção de missionários enviados por esse grupo é de 01 missionário para cada 10 mil convertidos, em termos de missões transculturais.

Imagine se nós assumíssemos a grande comissão com uma postura efetiva, como igreja brasileira, e nos dispuséssemos a encarar com seriedade o mandamento de Jesus de pregar o Evangelho a todos os povos. Imagine se de cada 1.000 cristãos tivéssemos 01 missionário? O que poderia acontecer espiritualmente com o planeta Terra? Agora, pensemos em missões urbanas (ou Evangelismo)… No Brasil, temos grupos étnicos minoritários tão não-alcançados quanto a menor vila no interior da Eritréia em regiões afastadas, latino-americanas ou asiáticas.

As grandes cidades concentram ciganos, refugiados, surdos, miseráveis ou pessoas em situação de rua, grupos de cultura distinta como os skinheads, devotos de seitas diversas e, até mesmo cadeirantes sem acesso às igrejas por causa da falta de rampas ou crianças órfãs esquecidas em abrigos, dentre outros. Esse enorme desafio conta, em contextos evangelizados, com uma presença cristã significativa e milhares de missionários, muitos deles anônimos atuando nessa seara. Sabemos, certamente, ao olhar nas nossas grandes praças, que esse número de abnegados, além de insuficiente, pode e deve ser mais bem preparado para atuar efetivamente entre esses grupos.

O que se percebe hoje ser um grande desafio missionário, talvez não seja tanto a realidade que descrevemos dos povos urbanos ou tribais não-alcançados. Talvez, não seja necessariamente apenas a tradução da Escritura para cada idioma, a entrada segura de missionários em nações fechadas, ou ainda, o alcance do povo mais remoto e sem conhecimento de Jesus. Talvez, o maior desafio missionário é alcançar o exército indiferente que, no conforto da ‘graça’ se choca e lamenta todos os Domingos em nossas melhores igrejas, esquecendo do que ouviu algumas horas depois. O maior desafio missionário é começar um grupo de missões em uma igreja que só busca a benção por ela mesma. O maior desafio missionário é termos um jovem de 18 anos de idade, bem discipulado vocacionalmente para que, ou na Universidade, ou no Seminário Teológico, ou na Agência Missionária, doe seu melhor para a glória de Deus, fazendo diferença na sua geração e nas próximas, e viva para uma causa e um bem maior que ele mesmo. O Cristianismo legítimo nos leva a abraçar causas e responder questões que beneficiam outros, mesmo que em detrimento ou sacrifício de nós mesmos.

Por fim, o maior desafio missionário, é termos uma igreja que ora, informa, envia e sustenta responsavelmente em todos os sentidos seus melhores homens e mulheres para a tarefa da Grande Comissão. Foi isso que fez a Igreja multicultural de Antioquia, que impactou diversas regiões da Ásia e da Europa. Que colaborou para o alcance de nações como a Inglaterra, ainda nos primeiros séculos. Ela enviou Barnabé e Saulo, parte de sua liderança, para uma obra que o Espírito Santo direcionou.

Não pensaram somente em suas próprias necessidades. Não pensaram que perderiam grandes obreiros. Não pensaram nos custos financeiros. Não pensaram nem mesmo no custo emocional do afastamento, da saudade que seus amigos deixariam. Eles, conforme o testemunho das sagradas escrituras, “lhes impuseram as mãos e os despediram” (Atos 13: 1-3). A igreja de Antioquia foi direta e historicamente responsável pelo alcance de nações como os Estados Unidos da América e, mais adiante, o próprio Brasil.

Uma igreja missionária pode alcançar pessoas e nações inteiras. E você e sua comunidade também. Uma igreja saudável foi feita para acolher, mas também, para saber enviar e despedir. Igreja é movimento e não um monumento. Ainda nos alarmaremos em nossas poltronas com os “incômodos índices missionários” ou seremos capazes de nos levantarmos e tomar uma atitude concreta?

Igrejas missionárias mudarão o mundo. Sua comunidade pode transcender o ordinário para participar da evangelização do mundo. Basta romper com os medos e com o egoísmo. Participe de alguma forma do que Deus está fazendo entre as nações. Celebre com Ele a beleza dos povos e anunciai entre as nações, a Sua glória, e, entre todos os povos, as Suas maravilhas! (cf. Sl. 96:3).

O maior desafio missionário é o meu e o seu coração!

Maranatha

Quando a tesoura encontra a corda

Eita! Que Assunto difícil. Adoção cancelada. Interrupção do sustento do missionário. A oferta não será mais enviada. Tenso, viu?!

 

São várias as situações que estão envolvidas por trás desse assunto difícil. Se fôssemos falar sobre isso aqui, esse texto não teria fim. Mas, vamos nos concentrar apenas em uma situação, digamos assim, legítima. Por exemplo: a igreja ou a pessoa física mantenedora, não consegue mais contribuir, por causa da Pandemia da COVID-19. A renda caiu bruscamente e vários cortes estão sendo feitos, não somente esse. Não é aquele típico caso de corte para reformar o telhado, ou “o primeiro da lista”, quando se pensa simplesmente em economizar recursos locais.

 

Antes de qualquer coisa, é preciso ter certeza se realmente não há alternativas ao corte. Isso realmente é necessário? Lembre-se isso todo corte tem consequências, ou seja, ele pode ter de quebrar um contrato de aluguel será que isso não vai afetar a imagem do Evangelho naquela comunidade? Será que isso não vai mexer na escola dos filhos, na viabilidade do ministério em desenvolvimento? Essa é uma decisão séria, então, seja muito consciente de todas as implicações.

 

Todos os lados estão sofrendo. Estão preocupados com o obreiro e levando em consideração sua família, seu arroz e feijão em sua mesa. Preocupam-se ainda com quem pagará pela escola de seus filhos, com o cartão de crédito a ser pago no fim do mês. Nesse caso, estamos falando de gente íntegra, sincera e responsável com os missionários e com a obra missionária diante do Senhor.

 

Dessa forma, mencionamos a seguir, algumas dicas práticas sobre como cortar o sustento do missionário, sem piorar uma situação, que, em si mesma, já é ruim:

 

1) Coloque-se no lugar do missionário. Reflita: como você gostaria de receber a notícia do seu chefe de que seu salário será diminuído em 20% ou 30% agora no pós-pandemia? Com antecedência? Ou apenas na hora em que você recebesse o extrato do pagamento? Diante disso, recomendamos: planeje o corte com um prazo previamente anunciado. Por exemplo, comunicando: em 6 meses, precisaremos interromper nossa contribuição com o seu ministério.

 

2) Comece perguntando como ele está. Em seguida, relate o cenário do que está acontecendo localmente, para que, assim, ele entenda claramente o contexto da conversa.

 

3) Todos nós sabemos que temos limitações. Seja na relação igreja – missionário,  seja na relação parceiro mantenedor – missionária, em algum momento, uma das partes pode deixar a desejar. Por exemplo: nem toda carta do missionário é respondida por aqueles que são parceiros de seu ministério. Nem todo relatório do missionario é belíssimo em termos de layout e nem extremamente expressivo em termos de resultados numéricos. Por favor, no momento de uma conversa delicada tal como essa, não traga isso à mesa. Recomenda-se que essa deve ser simples e ficar limitada ao explicar a situação, de forma aberta, clara, direta e bem objetiva. “Amado irmão Fulano, há um problema no caixa de nossa igreja atualmente e, por essa razão, foi preciso tomar várias decisões difíceis e extremamente dolorosas” Não gere mais feridas! Afinal, basta os hematomas de toda a situação em si!

 

4) Ao final da conversa, você deixará uma família, ou uma pessoa solteira, com um baita problema para administrar. Assim como você, que tem os desafios do pós-pandemia, eles também têm e, muitas vezes, precisam fazer isso tudo em uma nação diferente do Brasil. Ele pode estar pagando um tênis à prestação, como também, pode estar fazendo um tratamento médico com medicações caras, ou ainda, pode ser que o proprietário da casa que ele aluga não seja crente e talvez tenha de reinscidir o contrato, em virtude de implicações culturais, enfim. Diante disso, no mínimo, seja empático e respeitoso com esse momento. Ao final de sua conversa, ore com ele e por ele.

 

5) Agradeça a Deus pela oportunidade de ter conseguido firmar uma parceria ministerial com ele. Você recebeu cartas, ele orou por você, pela sua Igreja, pelas famílias envolvidas nessa parceria, ele se esforçou para fazer o melhor possível para conciliar as demandas de trabalho local em campo com a prestação de contas. Talvez, deixou a família de lado por várias vezes, para ficar editando vídeos… Reconheça! Gratidão é uma semente que gera sempre bons frutos.

 

Infelizmente, também há algumas situações de cortes de sustento que revelam uma irresponsabilidade absurda e uma insensibilidade chocante, sem aviso, sem consultar o missionário, e às vezes, tirando várias conclusões precipitadas. Mas, sobre essas questões, é melhor a gente escrever em nosso quarto fechado, diante do Pai. Que Ele derrame Sua misericórdia sobre esses fatos e gere arrependimento.

 

Que Deus nos dê sabedoria!

Universidade ou Missões?

Uma chama viva no coração empurra Lucas para um momento crucial de sua caminhada cristã. É tempo de decisões e escolhas: ir para a Universidade ou ir para Missões?
Vários cristãos de compromisso se deparam com esse dilema em algum momento da vida. Outros tantos cristãos, igualmente comprometidos, mas, hoje já profissionais adultos, sentem-se divididos ou frustrados por terem escolhido uma coisa em detrimento da outra na sua própria caminhada vocacional.
Alguns profissionais cristãos gostariam de ser missionários e muitos missionários gostariam de ter tido uma formação universitária. Essa realidade nos comprova que, nas últimas décadas, o discipulado vocacional da Igreja tem se mostrado deficiente. Temos muita gente que “patinou” na hora da decisão e hoje não está plenamente feliz e realizado. Existe alguma saída redentora para a nossa e para a próxima geração se descobrir no seu chamado?
Antes, é interessante pensarmos sobre o processo sociológico que vivemos nos últimos anos. O que mais marcava a vida de um vocacionado há alguns anos, poderia ser resumido pela frase: “largou tudo e foi para missões”. E de fato, a obra missionária foi agraciada com homens e mulheres de fé, abnegação, renúncia e muito, muito amor pelo Reino de Deus. Gente que deixou empregos e profissões nobres e conquistadas com esforço pessoal e da família.
Nada apagará esse legado! E não creio que essas pessoas estavam erradas. Creio que elas, ao menos em sua maioria, ouviram a voz de Deus e obedeceram. E Deus honrou e usou tremendamente esses irmãos.
Também sabemos que, muitos dos que escolheram a Universidade, hoje são cristãos piedosos em suas comunidades e com uma capacidade de servir e abençoar a Sociedade como os missionários não poderiam fazer. Hoje, entre os cristãos, temos grandes profissionais, gente que está escrevendo seu nome na história da nossa nação ou em outras. Também sabemos que, uma vez formados, outros tantos seguiram a carreira missionária com um preparo diferenciado.
Não pretendemos aqui acusar nenhum dos dois grupos. Eles são fruto de um tempo, de um discipulado e de um conceito sobre vocação distinto. Hoje esse dilema vive uma época de mudanças.
Se observarmos o perfil geral dos obreiros no campo e as perspectivas atuais da Missão, vemos que o clamor do campo missionário de hoje é uma mistura desses dois paradigmas que descrevemos acima. Hoje, precisamos de gente séria e abnegada, pronta para renunciar e entregar sua vida em longo prazo. Mas, precisamos ainda que essas pessoas tenham um preparo acadêmico profissional e missiológico suficientemente maduro para oferecer respostas à geração presente e atuar para além do ‘evangelismo’. Precisamos estabelecer os valores do Reino de Deus entre os povos, valores esses, integrais, como diz o Pacto de Lausanne: “Todo o Evangelho, a todo homem e ao homem todo”.
Atualmente, a prática da Missão precisa romper a superfície e atuar em áreas-chave da Sociedade como a Saúde, Educação, Economia e Gestão Pública, Comunicação, Ciência e Tecnologia, etc. O Evangelho pode e precisa influenciar os destinos dos povos e mudar os valores em cima dos quais construímos a vida como um todo. Isso é o que chamamos de Missão Integral, tão bem definida pelo próprio Pacto de Lausanne.
Diante de uma Missão Integral, será que precisamos mesmo nos prender à decisão entre uma coisa e outra, no caso, Universidade ou Agencia Missionária (ou Seminário Teológico)? Elas são mesmo divergentes ou são complementares?
Como tudo que é vivo, a Igreja e o campo missionário mudaram e amadureceram. Hoje, estamos diante de um cenário diferente dos anos e das décadas passadas. As nações precisam de um Evangelho que as tire de uma condição de miséria econômica, social e espiritual. E o Evangelho de Jesus Cristo tem esse poder e esse destino: fazer novas todas as coisas. Os missionários do presente precisam ser agentes do Reino de Deus: agentes da Justiça, da Paz e da Alegria no Espírito Santo em todas as áreas da Sociedade e da vida.
A obra missionária precisa de profissionais como nunca antes visto! Precisamos de agrônomos e veterinários que desenvolvam comunidades com agroeconomia sustentável. Enfermeiros, médicos, nutricionistas e dentistas chamados para atuar com famílias pobres, no Brasil e nas nações de modo geral. Economistas, administradores e contadores para ensinar a santa sabedoria da gestão, tanto em comunidades como em iniciativas populares ou em agencias missionárias. Letrados, jornalistas, publicitários, designers, programadores web, tradutores e profissionais em geral que atuam com Informação! Essas pessoas tornam a verdade conhecida! Anunciam a Palavra.
Imagine falar em tradução da Bíblia sem mencionar os missionários altamente qualificados na área tradutológica e lingüística? Ou um trabalho itinerante em contextos de selva sem biólogos, pilotos e, até mesmo sem mecânicos?!
Por mais incrível que possa parecer, precisamos de químicos, matemáticos, artistas, engenheiros, arquitetos, chefs de cozinha e todo o tipo de profissional no campo missionário. Muitos ministérios, belíssimos, naufragam por causa do amadorismo e da falta de uma gestão inteligente, estratégica e sustentável.
Todavia, não estamos dizendo, em momento algum, que não se pode ser missionário sem um diploma universitário. Estamos apenas argumentando que, não precisamos mais nos prender ao paradigma da escolha de um em detrimento do outro. Existem muitos obreiros no campo que nunca pisaram em uma universidade e, nem por isso, tem um ministério menor. O que a formação pode fazer é, dentro da motivação e direção corretas, oferecer ferramentas adicionais a um ministério pessoal ou a um grupo de trabalho. E isso hoje faz toda a diferença!
Não existe um segredo quanto ao que escolher. Cada pessoa tem um destino em Deus e só Ele pode dar a resposta certa quanto ao caminho a seguir. Vários obreiros estão retornando à Universidade para se re-qualificar e tornar seus ministérios mais eficazes. Assim como, vários profissionais estão se re-descobrindo missionários nas áreas em que estão atuando. Isso porque Missões é uma tarefa e não um lugar ou condição específica.
Se você está na dúvida sobre o que fazer, gostaríamos de dar algumas dicas, baseadas na nossa experiência pessoal:
Primeiro, talvez, seja interessante trilhar um caminho processual. Participe de um programa de férias missionárias ou de um treinamento de curto prazo antes de se decidir de fato. Para algumas pessoas, é exatamente o dia a dia missionário que os conduz à melhor escolha na hora do vestibular. Para outros, a experiência missionária prática anterior não é tão indispensável assim.
Segundo, se você já está na Universidade, em tese, o melhor a fazer é concluir aquilo que você nela começou. Claro que a palavra final sempre vem do Senhor, mas não são poucos os que param sua formação e não conseguem voltar depois para concluí-la.
Terceiro, se você já está em missões, busque primeiro entender seu chamado e vocação. Isso porque, ao buscar mais formação acadêmica, é importante que seja feito a fim de encontrar a formação que corresponda corretamente àquilo que você quer fazer na obra missionária.
Então, você entende que Deus está te chamando? E agora? Com quais ferramentas você responderá? A Universidade virá primeiro ou a preparação missionária? Responder a isso é menos importante que a capacidade de ouvir a voz de Deus e obedecê-La. Ela é a única capacidade indispensável para a carreira cristã, principalmente a missionária. Conheça a Deus, para então fazê-Lo conhecido.
Geralmente, a formação dura um tempo menor que a carreira missionária. Por isso, não errar é muito importante para não retardar sua caminhada rumo ao alvo, ao prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.
Que o Senhor da Seara te conduza nesse caminho!

Daniela Xavier
Coordenação de Comunicação e Mobilização de Igrejas
Missão Kairós

Missionários de Mentira

Acordo cedo e me preparo para encarar o ônibus lotado de São Paulo-SP para ir ao escritório. Meu trabalho é organizar a recepção de uma base missionária. Telefonemas, e-mails, redes sociais, campainha na porta e reuniões programadas (ou não) são recebidas por mim. A base existe para buscar soluções concretas para questões práticas, vocacionais das pessoas: chamado missionário, quebrantamento, vocação, envio, logística etc.

Eu preciso também, além do trato com pessoas, preparar o café, arrumar a mesa da reunião, preparar o kit de divulgação para o preletor da Kairós que vai às igrejas e abastecer o escritório no supermercado. Sou eu também que ligo para o responsável pela manutenção do computador, que precisa parar tudo para ir comprar mais tinta para a impressoras e pego fila para reclamar da empresa de telefonia no Procon.

O obreiro lá no Nepal precisa oração, porque fará uma cirurgia de emergência: eu mobilizo a rede de intercessão e acompanho a situação para informar a todos. Eu encontro psicólogo para atender online a obreira em depressão e síndrome do pânico no Camboja. Nem percebi, mas já são 17:30. Era para eu estar no ônibus voltando para casa, mas hoje mal tive tempo de almoçar e as finanças estão apertadas como a própria agenda. Melhor comer um sanduiche caseiro, que trouxe na bolsa e apressar o passo, antes que congestionamento me segure por horas.

Quase no portão, toca o telefone. Volto e atendo uma irmã quer os dados de um missionário para contribuir financeiramente. Mas, ela ressalta enfaticamente: “tem de ser missionário de verdade, que esteja no campo tá irmã”. Respondo com um “sim” constrangido, me sentindo uma missionária de mentira.

(Baseado em fatos mais reais do que você imagina)

Daniela Xavier
Coordenação de Comunicação e Mobilização de Igrejas
Missão Kairós

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